Paulo Afonso, 2 de maio de 2024

José Maria

ANTAGONISMOS DE CLASSE DO BRASIL MODERNO

Sairmos da herança do entreguísmo português, para os estereótipos seculares de completo abandono da classe social escrava nos leva a ampliar o conceito de classe social, daí estabelece-se suas correlações de dominação.
É importante que se aperceba que as questões meramente econômicas, por si só, não determina as relações, até porque existe outros aspectos a serem levados em consideração desde a hereditariedade, aspectos sociais advindos da convivência familiar e o próprio processo de lutas de classes envolvidas.

As classes sociais não devem ser simplificadas a apenas aspectos econômicos é minimizar e ao mesmo tempo reduzi-la no seu próprio entendimento e importância é na verdade empobrece-la nas suas características vitalizadoras de resistência e identidade.

Deixarmos o economicismo como forma de análise estrutural determinante, para a compreensão de uma sociedade com forte influências sociais, que reproduzem modos de vida interacionistas seculares, que delimitam o nosso perfil de classe, a partir do convívio entre os indivíduos, trazendo-nos ao longo de todo o processo histórico formas de dominação, reforçadas pelos estigmas.

A realidade social é construída ao longo dos anos, fruto da convivência entre os indivíduos e destes com o meio, trazendo todas as nuances e características dos grupos sociais, que á medida que crescem em importância formam as classes sociais com todo um arcabouço social.

Tendenciosamente partimos de pré-conceitos estabelecidos, que ganham força á medida que se generalizam e se firmam como verdades absolutas, traçando perfis que caracterizam as nações, verdadeiramente nada de novo existe, apenas nos resumimos a “conceitos” sem base científica em que vivenciamos uma síndrome de pequenez como se todos os povos e em todos os tempos não tenha sofrido do mesmo mau, sendo as classes sociais possuidoras de mesmas características.

O ser capital é fundamental e importante em delinear a classe social a que se pertence, que se leve em consideração todos os aspectos a exemplo: os de capital econômico no que se refere aos recursos tão desigualmente distribuídos e que esconde a dominação de uns sobre os outros, já o capital cultural está diretamente ligado ao belo, ao estético, o que vincula-se ao gosto apurado e também a supremacia de uns sobre outros, próprios na hierarquização social.

A formação das classes sociais nasce das necessidades do ser humano, dos agrupamentos que inicialmente se formaram como enfrentamento ás ameaças do meio e posteriormente vincula-se ao setor de produção e manutenção familiar encarnando características próprias do grupo social e mais adiante a criação do Estado e de maneira secular aprimora-se na sua formação organizacional , porém, as classes sociais são na verdade as células “mater” de sustentação das sociedades em todos os tempos.

Prof.José Maria de Souza, Poeta, Cronista, Esp.em História do Nordeste

 

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