Paulo Afonso, 4 de maio de 2024

Patricia Santos

Caso Mc Daleste e outros milhares: famílias agonizam no sentimento de injustiça e impotência

A justiça é uma referência para o ser humano em muitos aspectos da vida. Não se trata apenas de um código, de livros ou de uma Constituição Federal como a nossa; antes, é um conceito amplo, regido por padrões éticos e morais que alimentam, aí sim, a produção de conhecimento jurídico, o qual materializa a visão de mundo de um povo.

Quando a Justiça deixa de existir ou passa a existir de modo falho, consequentemente o povo que depende dela para nortear as suas ações também sofre. Vemos isso, por exemplo, em regiões onde a corrupção domina a vida pública e onde a criminalidade existe de tal modo que as forças de segurança não são capazes de proteger a população.

A taxa nacional de esclarecimento de homicídios no Brasil é de apenas 44%, segundo a quarta edição da pesquisa Onde Mora a Impunidade, do Instituto Sou da Paz. Portanto, além de ter que conviver com a perda de um ente querido de forma violenta, muitas famílias ainda precisam lidar com a falta de respostas sobre as mortes

Nesse triste cenário a Justiça tem trazido indignação, angústia e medo à população. Vejamos o caso do MC Daleste, assassinado há dez anos. Uma década se passou sem que a Justiça apresentasse o culpado do assassinato.

Daniel Pedreira Sena Pellegrini, o MC Daleste, de 20 anos, foi baleado enquanto cantava para um público estimado em 5 mil espectadores sobre um palco improvisado em carreta durante uma quermesse. O crime ocorreu em 6 de julho de 2013, e o músico morreu na madrugada seguinte, no Hospital de Paulínia.

Imagine a dor de uma mãe, de um pai, de um irmão que perdeu seu ente querido de forma tão violenta ter que conviver por uma década a espera sem fim da Justiça brasileira.

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