Paulo Afonso, 26 de abril de 2024

Alex Xela

A tecnologia como instrumento para a aprendizagem*

“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa. Tudo sempre passará”, diz a canção Como uma onda no mar, de Lulu Santos. Assim, é impossível pensar um processo de ensino-aprendizagem alheio às inovações tecnológicas presentes e atuantes no século XXI. Tampouco, consentir a figura do professor sem interesse por se inserir na era da tecnologia. A tecnologia não pode ter seu potencial educativo desprezado. É uma ferramenta ativa, crítica, criativa e construtiva de aprendizagem significativa.

A Escola é interligada a outros mundos, inclusive ao cosmo da tecnologia. Por mais que o âmbito educativo tente resistir às inovações tecnológicas, elas adentrarão por suas portas, conduzidas pelos alunos, cada vez mais seduzidos pelo mundo high tech. Os métodos tradicionais já não os são mais suficientes para que o processo educativo logre o êxito que dele se espera. É premente que o sistema educacional atente para a urgente necessidade de se amoldar às novas maneiras de pensar e de conviver que estão sendo concebidas pela informática, como forma de tornar a educação uma ferramenta moderna e eficaz. Os sistemas educacionais devem promover a contínua capacitação docente para a efetiva participação como agente ativo no processo de construção e compartilhamento de saberes utilizando a informática e suas tecnologias. É preciso que a escola tenha claro o seu objetivo quanto ao uso da informática dentro da sala de aula para realizar a devida inserção das tecnologias nos planejamentos e projetos escolares.

Rememorando Lulu Santos, “Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo.” E muda bastante rápido. Os conceitos estabelecidos hoje, de maneira efêmera, estarão ultrapassados em um breve amanhã, por isso, a figura do professor, hoje, não pode ser vista mais como antigamente. Há que se inserir na era da tecnologia, submeter-se a uma requalificação, uma alfabetização tecnológica para se ensinar sob um novo modus operandi, pautado na perspectiva da reflexão sobre essa nova realidade tecnológica, repensando sua práxis e construindo novas ações profícuas que lhe permitam não apenas lidar com esse novo mundo, mas também construí-lo criticamente a partir de sua metodologia. É uma atribuição imposta pela modernidade ao professor a capacidade de se apropriar das inovações tecnológicas, adicioná-las ao ambiente da sala de aula e utilizá-las para a produção e aquisição do conhecimento. O profissional de educação da era digital tem de compreender que, sem ter a mínima capacitação tecnológica, não poderá exercer com destreza sua função, em face às habilidades requeridas pelo crescente e monumental avanço, que o conhecimento da informática vem desenvolvendo na atualidade.

Cogitar o uso das novas tecnologias no cotidiano escolar já não é mais a questão, e sim, o como utilizá-las. A tecnologia faz parte da vida das novas gerações fora da sala de aula e, devido ao seu potencial educativo, deve ser considerada como importante aliada. A informática, e suas tecnologias, proporcionam novos caminhos para o ensino e aprendizagem, aprimorando a qualidade da educação; tornam as aulas mais atraentes e inovadoras, ampliando possibilidades para alunos e professores; ainda, auxiliam na melhoria do desempenho dos alunos, estendendo a sala de aula para fora do horário e do ambiente escolar; e, aumentam o dinamismo das aulas, tornando-as mais motivadoras e significativas. No entanto, compete ao educador descobrir a sua forma de empregar os recursos digitais segundo seus objetivos educacionais, pois não existe uma maneira singular para a utilização de dispositivos tecnológicos na sala de aula.

O mundo se transforma a cada instante e a tecnologia tem contribuído de maneira significativa para que inimagináveis mudanças aconteçam. E é dever básico da educação saber utilizar a própria tecnologia para tornar as pessoas sujeitos críticos e conscientes de seu uso, tornando-o significativo às suas necessidades. Adaptando a canção: “Não adianta fugir nem mentir pra si mesmo agora. Há tanta tecnologia lá fora.

* Texto escrito em 2018 pelo Professor Alexsandro de Lima Pereira (Alex Xela Lima)

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