No início dos anos 2000 participar ativamente de debates políticos com pouca idade era um ato revolucionário.
O engajamento no movimento estudantil e social gerava certa desconfiança nos ambientes de proposição coletiva. O desafio parecia ainda maior diante da incerteza de que iria surgir argumentos bem formulados.
Com a ascensão de um governo popular naturalmente abriu se um leque de oportunidades para a participação popular na construção de políticas publicas sociais.
Daí iniciávamos uma nova etapa junto aos conselhos municipais de direitos, as conferências, aos fóruns populares que desencadearam diversas políticas públicas afirmativas.
Vez ou outra, nossa defesa firme em prol do despertar para investimentos públicos para o melhoramento da infraestrutura das comunidades populares era visto por alguns como um certo radicalismo.
O nosso mulungu nos dias atuais desfruta de melhor infraestrutura mais o setor social ainda deixa muito a desejar. Pautas antigas sequer saíram do papel, o crescimento populacional foi inevitável mais ainda carece de cuidados básicos em prol de melhor qualidade de vida.
Ainda ouço, discursos de que faltam indústrias como se nós não tivéssemos outras tantas potencialidades que acabam sendo desperdiçadas por não dispomos de uma política pública de incentivo.
Temos uma verdadeira “fabrica” de talentos nos diversos segmentos sócio cultural inclusive.
São muitas as riquezas naturais e históricas ao nosso entorno.
No nosso Mulungu existem histórias aos montes que poderiam potencializar um roteiro turístico e ser expandido para nosso entorno, inserindo o meio rural e como extensão a ilha de Paulo Afonso.
Mas ao invés disso, ainda alimentamos a cultura do esperar e do lamentar. Sim. Podemos sonhar com uma indústria, mais não carece de ter chaminé.
Temos de acreditar nas nossas potencialidades e unificar nossos sonhos.
Geraldo Alves – Comunicador Popular
