Por Geraldo Alves, Colunista Tribuna Mulungu, 13/06/2019 ás 07:40
É estarrecedor as revelações de casos sucessivos de abuso e exploração sexual infanto juvenil.
O caso recente e emblemático, que ganhou grande repercussão nacional, onde um criminoso (pai) de uma garota que namorava um jovem ator, jovem esse que foi brutalmente assassinado juntamente com seus pais.
A garota (namorada) tem feito revelações gravíssimas dando conta da relação possessiva com o (pai) criminoso, capaz de abusar sexualmente da filha e como se não bastasse ainda ceifar três vidas inocentes.
Gostaríamos que tivéssemos no papel do estatuto da criança e do adolescente – ECA apoio e maior eficiência, no tocante à identificação de casos de violência. Em um certo episódio ouvi em uma fala do presidente atual, à seguinte afirmação: “Esse ECA tem de ser rasgado e jogado numa latrina”. A importância do que falamos parte de um sentimento do que queremos. Com isso suscitamos um “debate” que carece de um posicionamento firme e da definição do que queremos para nossa sociedade como um todo.
Se tivermos de ideologizarmos as nossas reflexões em defesa da dignidade humana e do direito assegurado da inviolabilidade do corpo humano, o faremos de forma empoderada. Pois não existem argumentos que justifiquem um ser humano de pensar ter a “posse” do corpo alheio
para o uso abusivo e para fins sexuais em uma prática cruel e abusiva.
Sim. A violência sexual acha guarida na fala de muitos conservadores que não vêm, no ato sexual sem consentimento, um abuso propriamente dito. Porém, as sequelas físicas e psicológicas mexem com todo o sistema nervoso do ser humano alvo do abuso.
Talvez, por si tratar de um tema espinhoso a sociedade tenta evitar, mais não é evitando que conseguiremos combater à violência. Violência essa que está presente em muitas falas e é isso que causa maior divisão de entendimento. Portanto, temos o dever de provocarmos com
maturidade o surgimento de política pública afirmativas e eficientes.