Paulo Afonso, 20 de abril de 2024

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TRABALHO ESCRAVO & CLASSES SOCIAIS NO BRASIL

 

O que existe de fato é uma data instituída pela monarquia de então, 13 de maio de 1888. Formalizada, no entanto, realmente não houve a total supressão da escravidão, que se entenda como a exploração de uns sobre outros.

Predomina uma pseudo compreensão de que trabalho escravo se dá pela ausência de salário, porém, exige-se um saber maior do que seja as classes sociais, que não seja marcada apenas pelo aspecto econômico, como se isto fosse determinante, em qualquer situação a não valorização do trabalho representada pela a exploração .

Acredito que o Sul do país, ao tornar-se o eixo econômico com grande concentração populacional e de renda, e pela crescente elevação sócio-cultural e organização de classe, em lutar pelos seus direitos e em diminuir a verticalização da exploração patronal.

No presente momento a já combalida economia, tem sofrido revezes com a dolarização da economia, o desaquecimento do setor produtivo por conta da pandemia, diminuição no poder de compra e endividamento dos consumidores com abertura de crédito.
Conceituar a ralé brasileira passa obrigatoriamente pela compreensão do que seja as classes sociais em todas as suas características e ao generalizar entendo que todos aqueles explorados por uma situação de injustiça, engrossa e agrava a situação de desigualdade e pobreza do nosso país.

Historicamente sabe-se que todo o processo de colonização do Brasil é passível de críticas contundentes, sendo Portugal o país colonizador adotou um sistema de ocupação e exploração que nos trouxe grandes prejuízos, desde a atividade extrativa vegetal, mineral até a prática monocultura do cultivo e exploração da cana de açúcar e do café em atender o mercado internacional, para tanto o escravismo foi fartamente utilizado , porém, este modelo é e perpetuou até os dias atuais as situações de injustiça, alargando os grandes bolsões de pobreza.O colonizador teve uma prática entreguista de não valorização dos nossos recursos, de sufocar uma indústria nascente, (os teares foram queimados), numa política de favorecimento esta é uma relação que nos envergonha.

A situação dos negros escravos se agravaram por demais , se nada tinham,(patrimônio,salário,nenhuma garantia), agora se viam descartados, abandonados a própria sorte, ao ponto de se sujeitarem a voltar para o trabalho por conta de não ter o que comer e morar.Esta é uma dívida impagável, uma prática genocida e desumana que nos causa uma profunda tristeza.

Sem dúvidas por agora ter que concorrer a uma vaga de trabalho em condições de desfavor, os migrantes que aqui chegaram tinham um propósito de trabalhar e de se fixarem aqui com algumas vantagens, estimulados a produtividade, renda salarial e em atender o modelo agroexportador.
Por outro lado a “abolição ” e o movimento abolicionista já não aceitavam o velho modelo por uma crescente política internacional de extingui-la.

No final do Século XIX, já se configurava no Brasil de então, a formação de classes sociais pré-existentes a exemplo da Aristocracia rural, (Senhores de Engenho e do Café), Trabalhadores Rurais Livres Migrantes e Pequenos proprietários de terra e mais na base da Pirâmide Social um exército de ex escravizados sem nenhum recurso, a viver de pequenos serviços de subsistência.

As expressões culturais relativas as populações negras tem crescido em todo o país em organização , expressão e reconhecimento pela contribuição sócio -cultural, étnica oferecida na formação do nosso povo. Assim sendo, a consolidação deste pacto, advém de uma permanente luta institucional e de classes social.

Certamente é compreensível o porque das populações negras e servis se localizarem nos extratos sociais mais baixos da sociedade, não por ser uma sub raça mais por lhe ter sido negado o direito ao trabalho livre e remunerado e que lhes oferecesse a garantia de sobrevivência digna. É dada esta origem imposta ás populações negras, que elas se encontram nos grandes bolsões de pobreza, restando-lhes o trabalho braçal e doméstico de subsistência que os condena a viver na miséria.

Prof.José Maria de Souza,Poeta,Cronista,Esp.em História do Nordeste

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