por José Ivandro
Hoje, um ano e um dia após a decretação da Pandemia do Coronavírus, quero conversar com vocês sobre o risco as nossas vidas.
A média diária de mortes no Brasil subiu pro patamar das 2 mil mortes diárias. mas vamos falar de Paulo Afonso.
Tem quem diga que o prefeito errou no começo da pandemia, quando fechamos tudo várias vezes com o número de casos ainda pequeno.
Tem quem diga que o prefeito erra por manter a economia em ritmo lento, ao seguir os decretos do governador Rui Costa agora que a pandemia atinge números assustadores; tem também quem em um momento cobre de sua excelência providências enérgicas no combate ao vírus, e no momento seguinte pede que relaxe e permita a reabertura de bares, igrejas, restaurantes, academias, clubes, shows e música ao vivo, enfim que faça a cidade retomar a vida normal e pare de “terrorismo”.
Esses são aqueles que adoram fazer média e estão em todos os protestos dos que, por conta da pandemia, são efetivamente prejudicados; esse tipo de gente não tem nenhum pudor de, quando a coisa agrava e sai de controle, correr e culpar o prefeito por ter relaxado nas medidas de combate ao vírus. Espertalhões esses, alguns políticos, alguns empresários, mas também jornalistas, infelizmente, que renunciam à sua responsabilidade, para surfar na onda mais alta, aquela que possa de alguma forma lhes favorecer.
Acho que a prefeitura pode e deve fazer mais, adotar o home office para aqueles que possam executar o seu trabalho de forma online e para os que tem comorbidades, seria uma forma de reduzir o número de pessoas em circulação e de dar exemplo; ampliar as campanhas de conscientização, passando a mostrar com imagens fortes o que significa ter a forma grave da Covid-19; intensificar a fiscalização nas feiras livres, supermercados, lotéricas e bancos, seriam algumas pontos em que a atuação da PMPA pode melhorar.
No entanto acho uma covardia nossa, daqueles entre nós que não usam máscara, que não respeitam o distanciamento, dos que se aliam ao vírus, inclusive dos que fazem isso por acompanhar o pensamento que ecoa do Palácio do Planalto, de achar que devem culpar os prefeitos e os governadores, esquecendo que a falta de ação e o mal exemplo vem de cima.
Desde o começo da pandemia há um ano, eu não mudo de opinião, acho que só tem uma forma de evitar mais mortes que as quase 275 mil já registradas até agora, acompanho a opinião de quem é especialista em saúde, somente Vacina, Máscara e o Isolamento Social, isolamento de verdade, como recomendam os nossos cientistas, com pelo menos 03 semanas de lockdown total, com exceção apenas dos serviços essenciais, ainda assim no modo delivery, pode paralisar a contaminação.
Isso deveria ser feito em todo o país, e com o suporte do governo federal, tanto para garantir o cumprimento das medidas de distanciamento e uso de máscaras, com o uso das forças armadas, das polícias federais PRF, PF, Guarda Nacional e das Polícias estaduais e guardas municipais para garantir o cumprimento das medidas, além de destravar a vacinação e dar o suporte financeiro para as empresas não demitirem seus funcionários, e para auxílio aos informais para que possam se manter durante o período de lockdown até a efetiva retomada da economia. Mas se o governo federal não o fizer, miremos no exemplo de Araraquara-SP que com medidas duras baixou rapidamente os casos de Covid-19 que haviam explodido na cidade.
Se o governo federal, tivesse entrado no combate a pandemia, ao invés de incentivar e boicotar o cumprimento das medidas de proteção como máscara e distanciamento social, e parte da população que teima em não aderir as medidas, principalmente os jovens, mas não apenas eles, se todos estivessem fazendo a sua parte não estaríamos na situação que estamos hoje.
Sobre isso, é bom alertar as pessoas para os riscos que corremos neste momento, é preciso ter cuidado com a leitura dos informativos dos dados da Covid-19, para não nos empolgarmos com os números iniciais e destacados nos boletins, pois embora seja importante comemorar as vidas salvas, daqueles que contraíram o vírus e foram a UTI ou daqueles que também contraíram, mas que nada sentem, (e não é por terem histórico de atleta como diz o negacionista mor), temos que dar graças a Deus por estas vidas poupadas, mas não podemos nos enganar ao olhar as publicações das secretarias de saúde, e achar que tá tudo bem.
Eu vou me ater a Paulo Afonso, mas vale para todo e qualquer lugar, a gente entende que falar das vidas salvas é uma forma de dar esperanças as pessoas, e é louvável pensar nisso, mas prestem atenção ao fato de que mesmo quando temos um alívio nos leitos ocupados, e não é o caso agora, é fundamental levar em conta que nós só temos 14 leitos de UTI e 16 leitos de Semi UTI, pra uma população de 120 mil habitantes.
Vamos analisar os dados de ontem (12/03):
Infectados – 3267 pessoas infectadas (testados)
Vidas Salvas – 2882 pessoas (pessoas que mesmo contaminadas não foram a óbito)
Casos Ativos – 299 Casos
Casos Suspeitos – 955 Casos Monitorados
Casos de pacientes assintomáticos? Esse dado infelizmente ninguém tem, e é o mais preocupante.
Mortes – 86 mortes (2,6%) esse dado revela que se toda a população da nossa cidade fosse infectada, levaria a morte de mais ou menos 3120 pauloafonsinos.
Nesse momento temos 299 pessoas doentes confirmadas e acompanhadas, temos 07 leitos de UTSI (Unidade de Terapia Semi-intensiva) e 3 leitos de UTI disponíveis. Ou seja, não temos quase nada.
Se mais que 16 pessoas desse grupo de 299 infectados tiverem agravamento dos seus casos, muitos podem morrer, e mesmo que a família tenha condições de pagar não tem para onde levar, a rede hospitalar do estado e também do país inteiro está comprometida, e por mais que se ampliem a quantidade de leitos, com o atual nível e velocidade de contaminação e com as novas variantes do vírus que também são mais letais, nenhum município ou estado consegue acompanhar a contaminação e fazer frente ao número de doentes sem tomar as atitudes fundamentais de vacinar e fazer o lockdown.
Enquanto não se tomam as medidas mais restritivas e se compre vacinas suficiente, espero que essas medidas não venham tarde demais, por favor faça a sua parte e cobre para que sua família também faça, usem a máscara, mantenham ao menos 1 metro e meio de distância das outras pessoas e só saiam de casa se for extremamente necessário, ajude a salvar vidas, a sua vida e a vida de quem você ama.
José Ivandro, é aprendiz de jornalista e colaborador do site Tribuna Mulungu
