Paulo Afonso, 25 de abril de 2024

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Grito dos/as Excluídos/as em Paulo Afonso-BA… Por que gritamos?

Por: michel

O Grito dos/as Excluídos/as está em sua 25ª edição, este ano traz como lema “Este sistema não Vale! Lutamos por justiça, direitos e liberdade”, já o tema sempre alerta “Vida em primeiro lugar”.

O que temos no país hoje? Uma divisão criada pela mídia e as elites, que recorrem à agressividade para retirar do meio político as classes trabalhadoras e grupos minoritários, impedindo-os de se expressarem ou se organizarem, tais como: partidos mais à esquerda ou de oposição, Movimentos Sociais, indígenas, LGBTI+, quilombolas, mulheres e outros, ou que os apoiam como setores das Igrejas, universidades, intelectuais, etc.

Portanto, gritamos principalmente focados na realidade das pessoas que mais sofrem as mazelas deste sistema perverso que impede a vida e gera morte. No modelo político neoliberal se vive recebendo estímulos de um consumo exagerado. Há, nesta perspectiva, a necessidade de “consumir para ser feliz”. Em parceria com o sistema financeiro, tem-se um modelo político onde se dar concessões legislativas que vão de encontro aos direitos das pessoas pobres e ao meio ambiente. Estas empresas que estimulam o consumo o fazem pelo dinheiro e pelo poder. Em nome da ganância para ampliar os lucros, estas empresas põem em risco os trabalhadores, a natureza e a sociedade.

Por fim, vale salientar, que os meios digitais, que são usados por muitos, estão sendo utilizados por extremistas para criar um clima de ódio contra os excluídos/as deste sistema perverso. O símbolo da justiça, onde aparecem os olhos vendados e a balança em equilíbrio está sendo desrespeitados a bastante tempo. Juízes, promotores, por exemplo, tiraram o pano dos olhos da justiça para verem apenas o que interessa aos ricos, aos poderosos, estes têm condições de se defender e suas versões são consideradas nos tribunais, enquanto o pobre é condenado antes mesmo de ser julgado. O equilíbrio da balança deixou de existir, o intercept mostrou que o Moro, então juiz, combinou coisas escusas com Deltan Dallagnol (procurador da República).

Há uma arrogância no meio jurídico onde quem julga se acha um deus, trazendo atrelado a isso preconceitos de toda ordem. Junto a este quadro de horrores, percebe-se grupos fundamentalistas religiosos, militares, entre outros que estão a serviço do poder de um maluco e que atacam a Constituição cidadã de 1998. A todo momento querem tirar nossos direitos, ou seja, a reforma traz como principal objetivo a instalação de previdência privada, agora não se tem nem mais perspectiva se iremos nos aposentar no Brasil.

Não há como não se falar do crime cometido pela Vale em Brumadinho e Mariana em Minas, onde um enorme número de famílias perderam seus parentes e seus sustentos. Perto da gente, agora a pouco, tivemos o caso da Barragem do Quati em Pedro Alexandre e que atingiu também Coronel João Sá. O Velho Chico tem sua existência ameaçada, pois as baronesas são sinais que estão jogando esgotos no seu leito, além de outras porcarias. Aqui em Paulo Afonso ainda faltam cerca de 40% do esgoto a ser tratado, este montante termina caindo nas águas do nosso Rio da Integração Nacional.

Vale salientar ainda, que a reforma trabalhista destruiu os empregos, deixando precárias as relações entre patrão e empregado e a Emenda Constitucional 95 do teto dos gastos, congelou investimentos por 20 anos para os direitos sociais, isto está afetando a educação e a saúde. A educação e a ciência são vistas como inimigas pelo desgoverno Bozo, que entre inúmeras bobagens, ataca os cientistas e as instituições de pesquisa, sai exonerando quem mostra os dados do cenário brasileiro, coloca em seus lugares militares para amedrontar aqueles que se posicionam contra estes ataques aos trabalhadores, ao meio ambiente, as conquistas sociais históricas, dentre outros.

Diante de tanta exoneração e nomeação de doidos varridos para controlarem os ministérios, passa-se a impressão que agora o presidente quer exonerar o satélite, pois mostra dados do desmatamento da Floresta Amazônica que este descontrolado mentalmente não quer enxergar.

Por fim, vale salientar que a liberdade de expressão foi uma conquista histórica da democracia brasileira, mas há muita coisa que “Não Vale, como descreve o jornal do Grito, ou seja, Não vale o machismo, a opressão, a corrupção. Não vale a exploração, o suborno, a violência. Não vale nenhuma forma de preconceito, nenhuma arma ou intimidação. Não à militarização dos nossos territórios, das nossas periferias. Não ao racismo e à Xenofobia!”

Coordenação da Frente de Luta Popular Grito dos/as Excluídos/as

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