Paulo Afonso, 27 de abril de 2024

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FPI conversa com apicultores em Santa Brigida – Bahia

Mortandade das abelhas: FPI promove a formação de apicultores no povoado do Buri, em Santa Brígida

O Programa junto com o Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Transgênicos e pela Agroecologia estão intensificando ações educativas para identificar as causas e os responsáveis pelas mortes das abelhas

A morte de milhares de abelhas na região de Santa Brígida e Jeremoabo tem sido motivo de prejuízos aos apicultores e ao meio ambiente. Um levantamento da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) calculou em 770 milhões o número de abelhas mortas no Brasil ao longo de quatro anos. Elas estavam contaminadas por Fipronil e neonicotinóide, que apareceram em 92% das amostras de insetos.

Nesta primeira semana de operação, a equipe Educação Socioambiental da FPI-BA levou uma oficina de aperfeiçoamento para apicultores no povoado do Buri, em Santa Brígida. Com os temas `Agroecologia ‘ e ‘Impactos dos Agrotóxicos na Criação de Abelhas’, o encontro teve o objetivo de promover uma reflexão a respeito do protagonismo dos apicultores na Agroecologia, incentivando a promoção de espaços que fomentem diversidade produtiva, para garantir a permanência das abelhas e de outros indivíduos que auxiliam no controle de pragas.

De acordo com a engenheira agrônoma e mestre em agroecologia, Flávia Barbosa, “os resíduos de agrotóxicos comprometem a qualidade do mel. Se a gente conseguir produzir mel orgânico sem nenhum tipo de agrotóxico, vamos estar garantindo à sociedade um produto saudável em termos de função biológica. Favorecer produções e produtos decorrentes da agroecologia garante qualidade na saúde dos consumidores”, aponta.

Relatório Técnico

“Com a situação das mortes das abelhas na região já citada acima, o Ministério Público de Paulo Afonso instaurou um Inquérito Civil para apurar os danos ambientais e sociais, além dos seus causadores”, revela a promotora de Justiça, Luciana Khoury.

Inclusive, o Programa FPI junto com o Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Transgênicos e pela Agroecologia somaram forças para encontrar uma solução para o problema. “Para encontrar a solução definitiva, a FPI e o Fórum estão promovendo visitas e inspeções técnicas, fiscalizações e ações educativas”, finaliza Khopury.

Conforme explica, ainda, a bióloga e especialista em Ciências Agrárias e Meliponicultura, Gena Souza, durante a visita da FPI, foram coletadas amostras para análise em laboratório. Após serem analisadas, será emitido um relatório técnico e encaminhado à Promotoria de Justiça, para as devidas providências.

Associação de Apicultores

O presidente da Associação de Apicultores de Jeremoabo, José Muniz, que participou do curso pela segunda vez, agradeceu as orientações dadas pelos palestrantes e as ações desenvolvidas de forma integrada. “Agradeço muito a Deus e a toda equipe que veio até aqui, à todos os órgãos por estarem nos ensinando sobre o uso de agrotóxicos. É muito importante todo esse conhecimento. Com cabelos brancos, mas ainda estou aprendendo e quero aprender sempre mais “, disse José.

A Associação de Apicultores e Meliponicultores de Paulo Afonso, por sua vez, representada pelo presidente, Alexandro José Bezerra, fez questão de destacar a ação positiva realizada pelos órgãos integrantes da FPI. ”Estamos buscando proteção para os agricultores. Somos gratos aos órgãos competentes que têm se responsabilizado por essa atividade que é tão importante para o município. Eu só tenho a agradecer a FPI”, reforça Alexandro.

Entender que ninguém o apoio e ajuda são sempre válidos, foi uma das lições que a dona Regiane frisou. “Nós apicultores fomos prejudicados sim, mas hoje estamos tendo o apoio e ajuda necessária. Eu aprendi que ninguém vive sozinho; eu aprendi que não há mal que não venha para o bem”, declara a moradora da comunidade de Canabrava.

Compõem a FPI Bahia

Integram a FPI diversas equipes formadas por profissionais de instituições públicas e da sociedade civil. A coordenação geral é da promotora de Justiça Luciana Khoury; de Maciel Oliveira, presidente do CBHSF e do representante do Crea/BA, José Augusto Queiroz.

Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB); Agência Peixe Vivo; Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (Agendha); Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa); ONG Animália; CBHSF; Corpo de Bombeiros Militar (CBM/BA); Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE-PM); Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa-PM); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA/BA); Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV); Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa); Fundação Nacional de Saúde (Funasa); Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA); Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado da Bahia (CRT); Germen Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental (GERMEN); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Marinha do Brasil; MP/BA; MPF/BA; MPT 5ª Região; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Polícia Civil; Polícia Federal; Polícia Militar; Polícia Rodoviária Federal; Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri); Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz); Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi); Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab); Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); Sindicato dos Técnicos Industrias da Bahia (SINTEC-BA); Secretaria do Patrimônio da União (SPU); Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec); Universidade Federal da Bahia (UFBA); Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

O Velho Chico

O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d’água do Brasil e um dos maiores da América do Sul. É um manancial que passa por cinco estados e 505 municípios, tendo sua nascente geográfica localizada na cidade de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, em São Roque de Minas, ambas cidades situadas no centro-oeste de Minas Gerais. Seu percurso passa pelos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, onde acaba por desaguar no Oceano Atlântico.

O Velho Chico possui área de aproximadamente 641.000km², com 2.863km de extensão. Atualmente suas águas servem para abastecimento e consumo humano, turismo, pesca e navegação.

Ao longo dos anos, vítima da degradação ambiental do homem e da exploração das usinas hidrelétricas, o Rio São Francisco precisa de atenção permanente.

O desmatamento dá lugar às monoculturas e carvoarias que comprometem o próprio São Francisco e seus afluentes, provoca o fenômeno do assoreamento, poluição urbana, industrial, minerária e agrícola. Irrigação e agrotóxicos são outras questões que comprometem o rio. As atividades consomem muita água, muitas vezes furtada, já que a captação geralmente é feita sem a devida outorga por parte da Agência Nacional de Águas (ANA) e órgãos dos estados.

Há ainda os casos das barragens e hidrelétricas que expulsam comunidades inteiras e que impedem os ciclos naturais do rio, provocando o aumento da pobreza. Nessas situações de abusos, quem mais acaba sofrendo é a população ribeirinha. Esses, de fato, são os principais problemas diagnosticados no Velho Chico.

Assessoria de Comunicação da FPI/BA

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