Paulo Afonso, 8 de maio de 2024

Economia

Entenda como os ricos ficaram ainda mais ricos durante crise do coronavírus

De um lado, aumento da inflação dos mais pobres, famílias em busca de restos de alimentos no lixo, novos empregos com salários menores.

Do outro, maior concentração de renda, aumento no número de bilionários e recordes de desempenho nos mercados internacionais.

Os dois cenários antagônicos marcam a distância de renda, desempenho e oportunidades entre a base e o topo da pirâmide de renda –um fosso que conseguiu crescer ainda mais durante a pandemia do novo coronavírus.

No meio do ano, o Credit Suisse divulgou que a desigual- dade havia crescido em 2020 e o 1% mais rico passou a concentrar metade da riqueza do país.

Nesse quesito, o Brasil só ficou atrás da Rússia, em um ranking de dez países. Um ano antes, os brasileiros mais ricos detinham 46,9% das riquezas –com a pandemia, esse percentual subiu para 49,6%.

Um movimento semelhante ocorreu na maioria dos países analisados pela instituição. A fatia concentrada pelo topo caiu apenas na França e na Alemanha.

Além disso, mesmo com os desafios impostos pela crise da pandemia e suas consequências na perda de fôlego da economia brasileira, o país ganhou 40 novos representantes na lista de bilionários de 2021 da revista Forbes. A publicação atribuiu esse aumento ao aquecimento do mercado de capitais, que favoreceu os mais ricos.

“Durante a pandemia, o topo da renda conseguiu lucrar, apesar do momento de pessimismo econômico.

Uma parte dessas pessoas sentiu a valorização do mercado de capitais, que muitas vezes tem um desempenho descolado da realidade concreta”, afirma Jefferson Nascimento, coordenador de Pesquisa e Incidência em Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.

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