Paulo Afonso, 26 de abril de 2024

Saúde

Como Brasil entrou em lista de ‘alto risco’ de volta da poliomielite

Brasil, Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela são os países das Américas com alto risco de volta da poliomielite, segundo informes divulgados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) ao longo do segundo semestre de 2021.

De acordo com a entidade, a baixa taxa de vacinação nesses locais representa um perigo para todo o continente, que não registra um único caso da doença há exatos 30 anos.

Mas como o Brasil, que teve um dos programas de imunização contra a pólio mais bem-sucedidos da região, foi parar nessa lista? E o que está sendo feito para reverter esse panorama?

De acordo com especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, a pandemia de Covid-19, a falta de campanhas de comunicação, uma desconfiança generalizada nas autoridades e a sensação de que essa doença não preocupa mais são alguns dos fatores que ajudam a explicar a atual situação.

Conhecida há milhares de anos, a poliomielite foi um enorme problema de saúde pública nos séculos 19 e 20, com surtos e epidemias registrados em várias partes do mundo.

A história começou a mudar a partir da década de 1950 e 1960, quando foram desenvolvidas as duas vacinas usadas até hoje.

A primeira, injetável e feita a partir do vírus inativado, foi criada pelo médico americano Jonas Salk (1914-1995). A segunda, fruto do trabalho do pesquisador polonês Albert Sabin (1906-1993), é dada em gotinhas e traz o vírus atenuado em sua formulação.

Desde que os esforços para a erradicação da poliomielite avançaram por todos os continentes, os casos da doença caíram 99%.

Para ter ideia, em 1988 foram registrados 350 mil diagnósticos de pólio em 125 países. Brasil, Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela são os países das Américas com alto risco de volta da poliomielite. Em 2021, o vírus selvagem permanece endêmico em apenas dois lugares: Paquistão e Afeganistão, que registraram 5 casos nos últimos 12 meses.

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