Paulo Afonso, 23 de abril de 2024

Língua Afiada

Carta Aberta de Comerciantes critica prefeito e governador mas não reclama do presidente

O Grupo Lojistas de Paulo Afonso, que reúne comerciantes locais, resolveu publicar uma carta ao prefeito, criticando medidas e cobrando mudanças no combate a pandemia, especificamente mudanças referentes ao funcionamento do comércio. Embora já exista outro decreto municipal, e este, bem mais flexível, ainda assim o grupo publicou o manifesto.

No documento, o denominado Grupo Setor Lojista, se assume como uma associação com 165 membros, relata as dificuldades que vem enfrentando e se posiciona como vítimas da política de combate ao vírus, implementada pela administração estadual e pelo governo municipal para tentar diminuir a contaminação.
O documento critica a atuação das equipes de fiscalização, que chama de fiscalização não visível, nas filas de supermercados, bancos e lotéricas e responsabiliza estes estabelecimentos pelas aglomerações e consequente contaminação da população.

Embora tenham razão em muitas das suas afirmações, já que de fato são penalizados com horário reduzido e outras medidas de restrição que lhes atinge em cheio, parte das reclamações são injustas com aqueles que são obrigados a tomar medidas duras de proteção da vida da população como um todo, e nesse momentos os signatários da carta assumem um posicionamento crítico ao prefeito e ao governador, mas se calam em relação ao presidente Bolsonaro e ao seu governo, numa postura no mínimo estranha, já que em nenhuma parte do documento, responsabilizam o governo federal pelas agruras e dificuldades por que passa o setor.

Esquecem que se não fosse a determinação do governo federal em lutar do lado errado do combate, de promover o uso de tratamento comprovadamente ineficaz, e a CPI da COVID está mostrando isso, quando expõe publicamente as decisões do governo Bolsonaro de NÃO COMPRAR VACINAS, de não respeitar as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras, itens fundamentais da luta contra o vírus, com certeza não estaríamos nesta situação em que nos encontramos neste momento.

Ao invés de ações judiciais contra as medidas restritivas, pressão sobre os prefeitos e descumprimento dos decretos, que muitos da categoria optaram por fazer, aqui e fora, deveriam mesmo cobrar a mudança de postura do governo federal, pois é a falta da VACINA que obriga prefeitos e governadores a restringir horários e a decretar medidas de contenção que impactam diretamente no comércio, especialmente no setor lojista.

Só há um meio de parar a pandemia ou de ao menos reduzir os seus efeitos, e passa justamente pelo cumprimento à risca das medidas sanitárias, pelo distanciamento social e pela VACINAÇÂO EM MASSA.
Enquanto não tiver VACINA para todos, não tem outra solução possível, se alguém tiver alguma ideia diferente, que a apresente. Seguir Bolsonaro é a ideia? “imunidade de rebanho”, e deixar todos se contaminarem? Lembrem se que a mortalidade anda beirando os 5% e 5% do povo de Paulo Afonso significaria no mínimo 5.000 mortes na cidade, que tal?

É preciso que a gente compreenda e exija uma mudança de postura do governo federal, tem que vacinar a população, e não pode continuar sendo a conta gotas, pois a continuar dessa forma a pandemia no Brasil vai durar muito mais que esses dois longos anos.
Por isso a hora é de cobrar, mas é de cobrar do presidente da República, que precisa cumprir o seu papel, parar de brincar com vidas humanas e seguir a ciência.

 

José Ivandro é aprendiz de jornalista e colunista do Tribuna Mulungu.

 

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