Paulo Afonso, 29 de março de 2024

Política

Bolsonaro pode ter criado onda de partidos contra ele e terá mais dificuldades, dizem líderes das siglas

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que as falas golpistas de Jair Bolsonaro nos atos de 7 de Setembro empurrarão muitos partidos para o apoio ao impeachment. PSDB e Solidariedade vão convocar suas bases para tratar do tema. “Pode virar onda”, diz Ramos.

Presidente do Solidariedade, Paulinho da Força avalia que a tentativa de mostrar força converteu-se em prova de fraqueza, já que os atos teriam sido menores que o esperado. “Agora só vão aumentar as dificuldades dele”.

“Aumentou uma tendência de os partidos tomarem posição contra ele, o que não estava muito claro antes. O pessoal estava deixando correr. Depois dessas bravatas, estão se posicionando. Ele saiu no prejuízo com o que disse. Cresceu a quantidade de gente querendo derrubá-lo”, avalia Paulinho.

Gilberto Kassab, do PSD, diz que o presidente construiu uma armadilha para si próprio. “Se cumprir o que assumiu em público, de não respeitar as instituições, vai consolidar as condições para o impeachment. Se não cumprir, ficará desmoralizado. É uma sinuca de bico.

PDT e PSB estão convocando uma reunião de siglas para discutir nesta quarta-feira (8) as reações possíveis às falas golpistas de Bolsonaro. Eles cobram, antes de tudo, um posicionamento mais incisivo de Arthur Lira (PP-AL).

“Temos que juntar todos os democratas. Hoje mesmo já tem PSDB, Doria, presidente Lula, Kassab. Estou dialogando muito com ACM Neto, tenho relação com Rodrigo Maia. Tem que jogar a Constituição contra ele. O Lira tem que ser sensível a uma realidade que hoje é contra nós, mas amanhã pode ser contra ele. O que aconteceu hoje pode balançar muita gente”, diz Carlos Lupi, do PDT.

“Precisamos organizar uma reação ao autoritarismo, e que inclua setores que vão para além da esquerda. O problema atual não é esquerda e direita. A contradição central do nosso país hoje é autoritarismo e democracia, infelizmente”, afirma Carlos Siqueira, presidente do PSB.

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