Paulo Afonso, 19 de abril de 2024

José Maria

ANTAGONISMOS DE CLASSE DO BRASIL MODERNO

Sairmos da herança do entreguísmo português, para os estereótipos seculares de completo abandono da classe social escrava nos leva a ampliar o conceito de classe social, daí estabelece-se suas correlações de dominação.
É importante que se aperceba que as questões meramente econômicas, por si só, não determina as relações, até porque existe outros aspectos a serem levados em consideração desde a hereditariedade, aspectos sociais advindos da convivência familiar e o próprio processo de lutas de classes envolvidas.

As classes sociais não devem ser simplificadas a apenas aspectos econômicos é minimizar e ao mesmo tempo reduzi-la no seu próprio entendimento e importância é na verdade empobrece-la nas suas características vitalizadoras de resistência e identidade.

Deixarmos o economicismo como forma de análise estrutural determinante, para a compreensão de uma sociedade com forte influências sociais, que reproduzem modos de vida interacionistas seculares, que delimitam o nosso perfil de classe, a partir do convívio entre os indivíduos, trazendo-nos ao longo de todo o processo histórico formas de dominação, reforçadas pelos estigmas.

A realidade social é construída ao longo dos anos, fruto da convivência entre os indivíduos e destes com o meio, trazendo todas as nuances e características dos grupos sociais, que á medida que crescem em importância formam as classes sociais com todo um arcabouço social.

Tendenciosamente partimos de pré-conceitos estabelecidos, que ganham força á medida que se generalizam e se firmam como verdades absolutas, traçando perfis que caracterizam as nações, verdadeiramente nada de novo existe, apenas nos resumimos a “conceitos” sem base científica em que vivenciamos uma síndrome de pequenez como se todos os povos e em todos os tempos não tenha sofrido do mesmo mau, sendo as classes sociais possuidoras de mesmas características.

O ser capital é fundamental e importante em delinear a classe social a que se pertence, que se leve em consideração todos os aspectos a exemplo: os de capital econômico no que se refere aos recursos tão desigualmente distribuídos e que esconde a dominação de uns sobre os outros, já o capital cultural está diretamente ligado ao belo, ao estético, o que vincula-se ao gosto apurado e também a supremacia de uns sobre outros, próprios na hierarquização social.

A formação das classes sociais nasce das necessidades do ser humano, dos agrupamentos que inicialmente se formaram como enfrentamento ás ameaças do meio e posteriormente vincula-se ao setor de produção e manutenção familiar encarnando características próprias do grupo social e mais adiante a criação do Estado e de maneira secular aprimora-se na sua formação organizacional , porém, as classes sociais são na verdade as células “mater” de sustentação das sociedades em todos os tempos.

Prof.José Maria de Souza, Poeta, Cronista, Esp.em História do Nordeste

 

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