Paulo Afonso, 26 de abril de 2024

Língua Afiada

A verdade sobre o imbróglio do Nair Alves de Souza

Eu venho escutando uma ladainha sobre o HNAS, partindo de vereadores e deputados, entre eles Marconi Daniel e Mário Júnior, esses dois falando do amor que tem pelo hospital por terem nascido ali, mas que na prática não se transforma em nenhuma solução para o problema.

Porém não foi disso que vim aqui falar, e sim do fato de que a situação do hospital já deveria ter sido resolvido lá atrás, quando ainda sob Wagner, o governo da Bahia tentou assumir o hospital e foi literalmente atrapalhado por uma “revolta dos políticos locais”, incluídos ai o então Deputado federal Mario Negromonte e José Carlos Aleluia, que sob o mantra de que a Bahia não tinha bom atendimento na saúde estadual, entendiam que passar o hospital para o estado era comprometer a saúde da população local. Por conta dessa interferência que visava o “bem” da comunidade, passamos agora por tantas dificuldades.

É evidente que a decisão equivocada do juiz que beneficiou a CHESF, isentando a de responsabilidades com o futuro do hospital,  e, obrigando o município a assumir o HNAS praticamente sozinho, foi muito prejudicial a nossa cidade, perrengue que não passaríamos sem o posicionamento também equivocado dos nossos políticos naquela ocasião.

Trago aqui a imagem do jornal folha Sertaneja, que na época retratou assim o ocorrido: Transferência do HNAS: Um acordo Chesf e Estado da Bahia, em matéria de meia página na página 5 da sua edição de número 72,  de 28 de fevereiro de 2010 , para a qual infelizmente não tenho o link.

Destaco aqui algumas frases registradas naquela ocasião:
“a construção de prédios bonitos e a compra de equipamentos é muito fácil. Difícil é a manutenção dos serviços, com médicos de várias especialidades e os exemplos que temos, no próprio governo do Estado não nos inspira nenhuma confiança no futuro”. disse o então deputado Luiz de Deus, que agora herda o pepino.
Já o então prefeito Anilton Bastos, de Paulo Afonso, questionou o “interesse tão forte do governo do Estado em receber um hospital que tem prestado bons serviços à região e, estranhamente, tendo transferido, a pouco tempo, nesse mesmo governo, o Hospital do Estado, do BTN, para a Prefeitura. Estou entendendo que ao receber o HNAS o Estado também vai receber de volta o HMPA”.
Outro que se posicionou contrário a efetivação da transferência foi o Deputado Mario Negromonte, que de forma enfática disse que não permitiria que isso acontecesse e que havia a necessidade de se encontrar uma solução “que não penalize ainda mais esta sofrida região” e citou o discurso do Deputado Federal José Carlos Aleluia que defendeu “a busca, com a união das forças políticas da região, de um modelo de gestão como a do Sarah Kubstscheck, por exemplo, e que estas ações de saúde sejam mantidas na esfera federal sem a Chesf sair do processo”. A manutenção da Chesf no processo foi consenso entre todos os que falaram.

Depois de 11 anos a Chesf saiu do processo, o HNAS foi abandonado, o acordo com a UNIVASF, que deveria assumir o hospital foi interrompido pelo Governo Bolsonaro, mesmo contrariando o desejo do seu Reitor, e o
hospital acabou sobrando pra prefeitura manter, por decisão judicial equivocada e que não amarrava a participação dos outros entes da federação.
Melhor estaria nas mãos do governo da Bahia, não tenho dúvida nenhuma.

José Ivandro é aprendiz de jornalista e colunista do Tribuna Mulungu.

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